Pré-inscritos no Teste Público de Segurança assistem palestra sobre sistema eletrônico de votação

Teste público de segurança 2016

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realizou na tarde desta segunda-feira (11) palestra para apresentar informações técnicas aos 22 pré-inscritos no Teste Público de Segurança (TPS) 2016. O objetivo é fornecer todos os dados necessários para que eles possam desenvolver os planos de teste a serem apresentados para a Corte Eleitoral.

Conforme explicou o secretário de Tecnologia da Informação (TI) do TSE, Giuseppe Janino, os planos de teste serão analisados pelas comissões reguladora e avaliadora do TPS 2016 “para que sejam definidos quais candidatos realmente têm condições de contribuir para a melhoria do processo”. Do total de pré-inscritos serão selecionados aqueles que participarão da terceira edição do teste, marcada para ocorrer de 8 a 10 de março deste ano.

“Estamos hoje apresentando informações para que sejam desenvolvidos os planos de teste, que serão submetidos ao TSE”, ressaltou Giuseppe. Ele complementou que o teste não é um desafio ou um concurso. “É, sim, um modelo transparente e democrático para que a sociedade brasileira venha dar a sua contribuição no fortalecimento do sistema, para consolidação do processo eleitoral”, afirmou.

De acordo com o secretário do TI do TSE, a realização do teste público é uma “grande evidência” da confiança que a Justiça Eleitoral tem no sistema. “Esses 20 anos de implementação do processo eletrônico nos dá maturidade para que venhamos implementar uma iniciativa tão importante quanto essa”, ponderou.  Ele lembrou que o Brasil é o único país do mundo que realiza um evento dessa magnitude e “abre seu sistema eleitoral para que potenciais hackers venham tentar testar os dispositivos de segurança”.

Compromisso

Janino abriu a palestra desta tarde apresentando uma visão geral do processo eletrônico de votação e dos mecanismos de fiscalização. Ele destacou o compromisso da Justiça Eleitoral no contínuo aprimoramento do processo eletrônico de votação, desde a consolidação do cadastro eleitoral, em 1986, passando pelo início da implementação do voto eletrônico, em 1996, e pela criação de diversos mecanismos de fiscalização do sistema.

O secretário de TI do TSE também destacou que a votação eletrônica foi uma “quebra de paradigma”, pois, ao permitir a automação do processo, significou menos intervenção humana no sistema que, antes, era alvo de erros. Ele também lembrou que a Justiça Eleitoral não somente desenvolveu “uma solução para as características e peculiaridades do Brasil”, como sempre deteve o poder de gestão e controle do todo o hardware e software utilizados no processo eletrônico de votação.

Infraestrutura

O coordenador de Infraestrutura (Coinf) do TSE, Cristiano Andrade, falou sobre a estrutura que será disponibilizada para a realização do TPS 2016. Ele explicou que a Justiça Eleitoral oferecerá uma infraestrutura menor que a utilizada nas eleições, mas que ela simulará os principais ambientes utilizados durante o pleito, como os relacionados à carga da urna eletrônica e à transmissão dos votos “Assim vamos poder, em um ambiente reduzido, ter um universo significativo das eleições brasileiras”, garantiu.

Urna e segurança

O chefe da Seção de Serviços, Provisão e Equipamentos (Sespe/TSE), Luis Augusto Consularo, apresentou aos participantes do Teste Público de Segurança a urna eletrônica que será utilizada no evento (Modelo UE 2013), os componentes e nomes dos dispositivos adotados pela Justiça Eleitoral. Além disso, o técnico explicou sobre o encadeamento de segurança das urnas eletrônicas. 

Ecossistema da urna

Rodrigo Carneiro Munhoz Coimbra, chefe da Seção de Voto Informatizado (Sevin/TSE), falou sobre o software do ecossistema da urna que é um “conjunto de software que compõe o equipamento, desde o sistema operacional até os aplicativos que são utilizados no ano de eleição”. Segundo ele, a urna é composta por 15 aplicativos e parte deles estarão disponíveis para os investigadores.

Durante a apresentação, o técnico destacou que o sistema utilizado na urna, o UENUX, não é uma versão do sistema Linux usado na internet. “A equipe teve todo o cuidado de construir sua própria distribuição, tudo foi feito partindo do zero”, disse.

JE-Connect

O representante do Grupo de Trabalho para Desenvolvimento do JE - Connect, Valdenir Borges Júnior, abordou a implementação do sistema e explicou o seu funcionamento. O JE-Connect é uma solução embarcada em um dispositivo USB (pendrive), que provê o ambiente privado e padrão da Justiça Eleitoral para pleno funcionamento do Sistema de Transmissão de Resultados de Urna, independente do equipamento.

Assim, os resultados das urnas podem ser apurados nos próprios locais de votação e enviados a partir de qualquer computador conectado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em rede Virtual Private Network (VPN). “É uma ferramenta de suporte para o sistema transportador”, completou.

Processamento de dados

Júlio Valente, chefe da Seção de Processamento de Eleições (Sepel/TSE), também falou aos investigadores. Ele ressaltou que nesta edição do teste, além do software de totalização e divulgação de resultados, serão incluídos programas de recebimento e transporte dos arquivos de urna eletrônica. “Nós aumentamos o escopo de softwares do teste. Antes eram apenas de geração de dados e o das urnas eletrônicas. O TSE está abrindo uma parte maior dos seus sistemas para os investigadores, para a comunidade acadêmica”.

Códigos-fonte

Após a palestra, os investigadores deram início a inspeção dos códigos-fonte do sistema eletrônico de votação. O período para verificação vai até a quarta-feira (13), no Centro de Divulgação das Eleições (CDE) do TSE.

Um dos investigadores pré-inscritos nesta terceira edição do teste público de segurança, o pesquisador de informática da Universidade de Brasília (Unb) Sérgio Freitas, classificou sua participação como um exercício de cidadania. “O pesquisador que tem conhecimento na área eu incentivo que, independente da idade, do formalismo de conhecimento, participe desse evento para dar a sua contribuição.”

Freitas já havia participado da primeira edição do teste, em 2009, e disse que se inscreveu novamente “até com a intenção de estimular outras instituições e outras pessoas, ainda que não estejam formalmente vinculadas à Academia, a participar desse evento para dar sua contribuição”. Ele avaliou que, como os testes serão realizados anualmente, “a tendência é aumentar a quantidade de investigadores e, consequentemente, a qualidade dessa participação e dos testes”.

O professor do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM) João Felipe Souza, outro pré-inscrito no evento, avalia a iniciativa do TSE como “importante instrumento de transparência e legitimidade do processo eleitoral”. “Estou participando do teste com o intuito de adquirir mais conhecimentos sobre a urna eletrônica, para também poder transmiti-los aos meus alunos”, disse.

Ele enalteceu a importância dessa etapa preparatória para conceder aos investigadores acesso aos códigos-fonte da urna eletrônica. “O código-fonte do sistema não é de conhecimento público, então, para planejar um possível ataque e investigar se existe alguma ameaça ao processo eleitoral, é preciso conhecer antes o sistema”, destacou.

RR,RC,LC/JP

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