Investigadores preparam ataque no 1º dia da fase de confirmação de teste nas urnas

Grupo composto por peritos da Polícia Federal criou um clone do disco rígido de uma estação de trabalho com o SIS, subsistema de segurança do sistema eletrônico de votação

Técnicos da Polícia Federal iniciam testes na abertura do Teste de Confirmação do TPS 2019

O primeiro dia do Teste de Confirmação do Teste Público de Segurança (TPS) 2019 do Sistema Eletrônico de Votação começou com a preparação dos elementos que serão novamente testados. O intuito do evento é verificar se os ajustes implementados no sistema – a partir dos testes bem-sucedidos executados em novembro do ano passado – sanaram as vulnerabilidades detectadas.

Nesta quarta-feira (26), o grupo de investigadores da Polícia Federal capturou as informações do Subsistema de Instalação e Segurança (SIS) para recuperar seus dados e, assim, instalá-lo em outro equipamento. Dessa maneira, eles criaram um clone do disco rígido de uma estação de trabalho com o SIS. Também começaram a inspecionar os códigos-fonte do SIS, para conseguirem reproduzi-lo e, então, realizar o ataque.

Como o processo de conversão desse clone para um formato que possa ser executado como máquina virtual demora muito tempo, os investigadores decidiram continuar o trabalho nesta quinta-feira (27).

Teste de Confirmação

O grupo de peritos da PF, liderado por Paulo Cesar Hermann Wanner, conta com Ivo Peixinho e Galileu Batista de Souza. Eles foram convidados a retornar ao Tribunal para checar, presencialmente, se as melhorias implementadas pela Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) do TSE a partir do relatório final do TPS 2019 – divulgado em dezembro passado – de fato corrigiram as fragilidades detectadas por eles na versão 2020 do sistema eletrônico de votação.

Os trabalhos ocorrem em ambiente específico, no 3º andar do edifício-sede do Tribunal, e respeitam todas as regras de distanciamento social adotadas pela Justiça Eleitoral para prevenir o contágio pelo novo coronavírus.

Na sexta-feira (28), a partir das 17h, o presidente do TSE e técnicos do Tribunal farão o anúncio do encerramento do evento. Em seguida, será realizada entrevista coletiva on-line para responder aos questionamentos dos jornalistas credenciados previamente. A cerimônia final também será transmitida pelo canal do TSE no YouTube.

Para se credenciar, os jornalistas interessados em participar da coletiva devem enviar um e-mail para , informando o nome completo, o veículo em que trabalha e o número de telefone com WhatsApp.

TPS

Criado para aprimorar o processo eletrônico de votação, o TPS é um evento permanente do calendário da Justiça Eleitoral, de acordo com a Resolução nº 23.444/2015. Ele ocorre preferencialmente no ano anterior às eleições.

Ao todo, o TPS 2019 contou com 22 investigadores, sendo cinco grupos e três investigadores individuais. Dos 13 planos de ataque apresentados, dois deles – conduzidos pelo Grupo 5, composto pelos peritos da PF Paulo Cesar Hermann Wanner, Ivo Peixinho e Galileu Batista de Souza – alcançaram êxito.

Os três planos que eles apresentaram consistiram na extração de dados e configurações do Kit JE Connect; na extração do conteúdo do disco criptografado do Subsistema de Instalação e Segurança (SIS); e na instalação e execução de código arbitrário em uma máquina do Gerenciador de Dados, Aplicativos e Interface com a Urna Eletrônica (Gedai) para implante de dados falsos na urna eletrônica.

O Grupo 5 utilizou a chamada engenharia reversa para alcançar êxito e obter a chave do disco criptografado do SIS. Para a execução dos testes, o TSE relaxou algumas barreiras de segurança, além de ter fornecido a senha de configuração e senhas de usuários locais, o que permite definir os ataques realizados como de origem interna.

A Comissão Avaliadora do TPS explicou em seu relatório que a equipe – que já atuou em teste anteriores e conhecia com profundidade o sistema a ser atacado – conseguiu executar o Gedai-UE num computador com SIS sem as proteções oferecidas pelo Subsistema.

Contudo, eles não conseguiram alterar dados de eleitores e de candidatos, pois essas informações são assinadas pelos sistemas responsáveis pelo cadastro de eleitores e pelos registros de candidaturas, respectivamente. Por sua vez, o Gedai-UE apenas repassa esses arquivos para a urna, sem qualquer tipo de modificação. Assim, todas as tentativas de manipulação de dados de eleitores ou candidatos foram prontamente identificadas pela urna.

RG/LC

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