TSE promove evento histórico com jovens mulheres para debater participação feminina na política

Realizado nesta terça e quarta-feira (21 e 22), encontro foi considerado um marco na história da instituição. Um dos resultados do evento foi o embrião de uma campanha sobre fake news, ativismo e participação de mais mulheres na política

Evento Meta e Girl Up

#elasnapolítica #vencemos #cuida #saudades #gratidão #poderfeminino #fazeradiferença #união #amor #revolução #negação. As hashtags sugeridas pelas participantes do encontro “Elas na Política”, ocorrido nesta terça e quarta-feira (21 e 22), na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, traduzem o que o evento representou. Não apenas para as 27 jovens, uma de cada estado e do Distrito Federal, mas também para a Justiça Eleitoral.

Realizado em parceria com o Instagram e a Girl UpBrasil, o encontro trouxe importantes reflexões sobre a participação das mulheres na política, a partir do olhar das jovens líderes que integram o Girl Up, movimento global da Fundação das Nações Unidas, que treina, inspira e conecta meninas adolescentes para que se tornem líderes e ativistas por um mundo mais justo.

Marco histórico

Durante a abertura, a secretária-geral do TSE, Christine Peter, destacou que o evento nasceu de um sonho. “Isso vai ser um marco para o Tribunal e para a vida de cada uma de vocês. Estamos combatendo, de forma muito veemente, a ausência de mulheres na política. Política não é só aquilo que fazemos, é também a vivência na nossa sociedade, na coletividade”, disse a secretária-geral.

Ao dar as boas-vindas ao grupo, Christine resgatou um pouco da trajetória pessoal dela com a política. “O Movimento Diretas Já deu para a minha adolescência um gostinho do que iríamos experimentar na década de 90. A geração de vocês é a primeira que pode fazer escolhas individuais e coletivas livres. Vocês não podem perder essa oportunidade. Só nos coletivos que o feminismo nasce. Escolher livremente é respeitar o coração. A humanidade precisa de afetos. Gosto de lembrar que o afeto é realmente revolucionário”, afirmou ela.

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Conquistas femininas

A ex-presidente do TSE e ministra Cármen Lúcia lembrou que as conquistas de hoje para as mulheres são fruto da luta de algumas mulheres no passado. “Somos o que somos porque outras vieram, e foram o que foram, em benefício do que nós somos. Esta reinvenção de uma humanidade de iguais, na sua identidade humana, na sua dignidade, é uma construção de todos nós”, ressaltou a ministra.

Segundo Cármen Lúcia, é preciso que todas as mulheres estejam juntas e, junto com os homens, para reinventar a humanidade. “Uma humanidade na qual cada um tem direito a ser a sua própria identidade, e isso é diferente em cada um de nós”, destacou.

Representatividade

Em sua fala, a ministra do TSE Maria Claudia Bucchianeri reforçou a importância da representatividade das mulheres. “Quando a gente fala de inclusão feminina nos espaços de poder, é preciso lembrar sempre que o universo feminino não é um bloco monolítico. Há várias mulheres, com várias realidades. Há a mulher negra, a mulher trans, a mulher com deficiência, a mulher indígena. Precisamos pensar na pluralidade quando falamos de representatividade. Muitas mulheres sofrem não apenas uma opressão, mas dupla opressão”, disse a ministra.

Para Letícia Bahia, diretora executiva da Girl Up Brasil, quanto antes o engajamento começar, melhor para a participação política da sociedade. “O fato de chamarmos as eleições da festa da democracia é claramente um sinal de que uma democracia engajada é saudável. E se é uma festa da democracia, ninguém melhor para trazer esse espírito do que os jovens. Que as pessoas votem com consciência, mas com alegria”, reforçou.

Natália Paiva, líder de políticas públicas do Instagram, lembrou que a ideia é que as pessoas possam usar as ferramentas da plataforma para construir comunidades, lutar por suas causas, mas fazê-lo de uma maneira segura e livre.

Coletividade, política e mudança

Rebeca Souza, de 19 anos, de Sergipe, disse que o evento certamente será um marco na trajetória pessoal da estudante. “Com esse movimento, com esse evento, estamos abrindo um espaço, trazendo essa ideia de coletividade, uma perspectiva de que mulheres podem fazer parte da política, de que uma menina pode fazer parte da política. Isso é fantástico, é uma experiência inexplicável, estou sem palavras. Abre uma janela para gente sonhar, sonhar que pode ser um dia parlamentar também”, enfatizou.

A estudante contou que pretende ser um dia candidata. “A gente precisa de mudança. Alguém precisa me representar, alguém precisa me escutar. A única forma de fazer essa verdadeira mudança acontecer é pela democracia. Acho que o que temos aqui é de uma potência gigantesca”, disse Rebeca.

Já a estudante Nicole Barros, de Cantá (RR), de 19 anos, que já foi candidata à vereadora no município onde mora, lembrou que é preciso mais mulheres na política, porque elas representam a maioria da população. “Quando uma mulher está dentro da política e ocupa espaços de poder, ela é mais sensível a diversos assuntos sociais. A gente respira política. Se eu vou ao médico e não tem remédio, é política. Se eu vou à escola e não tenho livro didático ou não tem uma merenda boa, é política. Ela influencia em tudo na nossa vida”, lembrou Nicole.

Campanha sobre fake news

No encerramento, Assessora-Chefe do Gabinete do Diretor-Geral do Tribunal, Julianna Sesconetto, que é membra fundadora e coordenadora executiva da Comissão TSE Mulheres, ressaltou que aquele era um momento significativo não apenas na vida das jovens, mas também na vida da instituição. “O que vocês estão fazendo é impulsionador, inspirador para outras meninas. O trabalho que vocês fizeram aqui com certeza vai repercutir por muito tempo”, disse Sesconetto.

Um dos resultados do encontro foi o embrião da criação de uma campanha sobre fake news, ativismo e a participação de mais mulheres na política, a ser lançada em breve, que contará com a colaboração da agência Obvious, também presente ao evento.

MM/EM

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