Cenário político brasileiro é analisado no Programa de Convidados Internacionais para as Eleições Gerais de 2022

Palestrantes debateram o contexto histórico do eleitorado, a influência das redes sociais e a importância das instituições públicas para a defesa da democracia

Programa de Convidados Internacionais para as Eleições Gerais de 2022

O último painel desta sexta-feira (30) do ciclo de palestras do Programa de Convidados Internacionais para as Eleições Gerais de 2022, que acontece no Hotel Windsor, em Brasília (DF), abordou uma série de questões que traçam um panorama do cenário político brasileiro e do processo eleitoral do país, alvo de estudo da comunidade internacional que acompanha o evento esta semana.

O painel intitulado “Análise política do contexto eleitoral brasileiro” foi composto por Murillo de Aragão, analista político fundador Arko Advice; Ana Cecília de Andrade, jornalista especialista em comunicação estratégica, gestão de imagem e gestão de crise; e André Pereira César, analista político da Hold Assessoria. A moderação foi realizada por Renatta Gorga, jornalista do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ciclo de palestras, que continua até sábado (1º) no mesmo hotel, tem tradução simultânea nos idiomas português, inglês e espanhol e é transmitido ao vivo pelo canal oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no YouTube.

Contexto histórico

Primeiro a palestrar, Murillo de Aragão fez uma contextualização histórica do sistema eleitoral brasileiro, bem como de seus processos de transformação ao longo dos anos e das formas de governo do país, traçando um comparativo com o cenário político atual. De acordo com ele, há a necessidade de reflexão sobre os rumos da política para entender qual será o futuro da democracia brasileira.

Para Aragão, as incertezas que geram temores de abalos nas estruturas das instituições públicas não devem afetar, de fato, a democracia brasileira. Segundo ele, os brasileiros estão diante de um “quadro de febre institucional”. No entanto, o analista disse estar otimista pela “festa da democracia” que será realizada neste domingo (2) e esperar que a Justiça Eleitoral seja o remédio contra os casos de extremismo e contra os descontentes com o resultado da votação.

Poder das redes sociais

Já a jornalista Ana Cecília de Andrade destacou que as eleições deste ano trazem dois embates importantes para a análise do cenário político atual e do futuro da democracia do país. O primeiro é um embate inédito: pela primeira vez na História do Brasil, há uma disputa pela Presidência da República entre o atual presidente, que tenta a reeleição, contra um ex-chefe do Executivo. O segundo é mais conceitual, entre a política tradicional e uma nova forma de fazer política, cunhada nas redes sociais.

A jornalista fez uma reflexão sobre qual é o papel das redes sociais e o impacto delas nas Eleições 2022. De acordo com ela, não existe mais o debate da política tradicional, mas sim a lacração nas redes sociais, um recorte de uma frase previamente pensada com rapidez e com humor. “Todas as medições são as medições de interações e engajamento nas redes sociais. Quem ganhou? Quem engajou? Quem conseguiu tirar votos? Não foi por propostas de governo”, refletiu.

A jornalista também comparou a política atual com o futebol, pois, a exemplo de como a população encara o esporte, as preferências políticas também são pautadas pela emoção. Por isso também, segundo ela, a imprensa brasileira tem a grande missão de desmentir informações, desmascarar as fake news e defender as instituições e a democracia brasileira.

Além disso, de acordo com a jornalista, um passo dos mais importantes da nossa história moderna foi dado pelo TSE, ao reconhecer as redes sociais como veículos de comunicação e tentar regularizar esse “campo aberto”, assim como acontece com os veículos tradicionais.

Volta da economia como tema central

A palestra do analista político André Pereira César foi embasada em 11 tópicos, que, segundo ele, moldaram o cenário político atual e trouxeram as preocupações com emprego, fome e economia de volta ao centro do debate político em 2022.

“Em 2018, a grande preocupação foi o combate à corrupção. Agora, voltou a tudo o que era antes: desemprego, economia, fome etc. O candidato com melhores propostas nesses quesitos sai na frente”, afirmou.

O analista refletiu também sobre um dos destaques das Eleições de 2018, quando, de acordo com ele, houve a maior renovação da história do Congresso. “Gente que não era da política de repente ‘invadiu’ a Câmara dos Deputados. Porém, como não deram as respostas e não atuaram como o eleitor queria, a maioria não deve voltar”, analisou.

César ainda ressaltou que o TSE está tendo um protagonismo fantástico na defesa do sistema eleitoral brasileiro. “Tem que agir assim, com dureza, para não dar força para essas práticas e para a ilegalidade. Vocês estão vendo que o processo é transparente, de pura lisura. Esse debate nem deveria existir”, exclamou.

O analista terminou o discurso parafraseando a ministra Rosa Weber: “A democracia é algo inegociável, e não há vida fora da democracia”.

RS/LC, DM

 

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