A JE Mora ao Lado: depois da 1ª convocação, mesária de Pinhalzinho (SC) se voluntaria em toda eleição

Voluntária desde 2018, Camila Kempka começou a exercer o direito de voto aos 16 anos

06/04/2023 15:00 - Atualizado em 17/04/2023 15:38

Camila Kempka, 43 anos, é colaboradora da Justiça Eleitoral desde 2018. “A partir da primeira convocação, depois eu mesma ‘me convoquei’. Quando está chegando perto da data, se eu vejo que não chegou uma convocação pra mim, eu já ligo no cartório: ‘Vocês vão me convocar, né? Eu vou participar’”, conta com bom humor a mesária. Natural de Guarapuava (PR), mas residente em Pinhalzinho (SC), Camila é eleitora ativa desde os 16 anos de idade.

Veja a entrevista no canal do TSE no YouTube.

A mesária diz que, inicialmente, se sentiu insegura, preocupada se o processo seria muito complexo e por estar lidando com o direito de outras pessoas também. “Quando eu fui para o treinamento que a equipe lá do cartório eleitoral deu, eles se colocaram à disposição, explicaram milhares de vezes para nós, treinaram com a gente até a gente ficar totalmente seguro”, lembra. Segundo Camila, somente após a capacitação, se sentiu confiante e animada para atuar no pleito.

Graduação

Camila conta que, quando cursou Direito, se interessou bastante pelas disciplinas sobre democracia e legislação. “E foi ali que eu entendi a importância do voto, da democracia, de você poder escolher quem te representa. É importante você poder escolher e ver o teu direito de escolha sendo respeitado. Porque mesmo que o teu candidato consiga vencer, ou não, o pleito tá lá, tá lá para você conferir teu voto”, elucida. Para a paranaense, o Direito Eleitoral garante a própria liberdade, assegurando o direito de expressão.

A JE Mora ao Lado - 06.04.2023

A mesária destaca que, atualmente, o país vive um período democrático mais acessível, embora reconheça que ainda é preciso avançar. “A gente já pegou a parte fácil, que é só a aplicação do direito. O difícil foi ter construído esse direito. Então, em respeito àqueles que deram muitas vezes a própria vida pelo direito de votar, de se expressar, de escolher, de ter ordem e justiça no país, é que a gente precisa valorizar o comparecimento às urnas”, enfatiza.

Camila defende que todo cidadão brasileiro se permita, pelo menos uma vez, conhecer o processo eleitoral a fundo, trabalhar como mesário ou mesmo em qualquer uma das funções dentro de uma eleição. “A pessoa ia ver que as coisas são diferentes do que algumas pessoas falam do processo. Ele é transparente, é um processo eficaz, e a gente é respeitado sim naquilo que escolhe”, completa.

Mesários

A vontade de colaborar para não estar fora dos processos democráticos, participando de uma eleição na prática, é o que motiva a paranaense a continuar se voluntariando como mesária. Segundo ela, é importante poder acompanhar o desenvolvimento dos instrumentos eleitorais, pois a cada pleito o processo se moderniza e é possível ver como as coisas são construídas.

“Tudo isso para garantir que a gente continue tendo possibilidade de escolha, de eleger as pessoas em quem a gente acredita. Eu sempre tenho vontade de participar, porque eu acho que é uma colaboração mínima, enquanto cidadão, que você pode dar. O processo eleitoral é importantíssimo, define rumos, como isso vai impactar a vida da gente. Então, se você é espectador, por que não ser parte?”, reflete.

Família

O exemplo de atuação no processo eleitoral é presente na família de Camila há algum tempo. O pai, atualmente com 82 anos, sempre foi apaixonado por política e já se envolveu, na década de 1970, com fundação de partido e com campanhas para prefeito e vereador. “Ele sempre colocou [para os filhos] a importância da política. Ele vota em toda eleição, mesmo sendo desobrigado. Ele é um eleitor que vota desde os 18 anos, e ele passou por toda a transição do voto impresso para a urna eletrônica”, recorda.

Série Mesários

Essa história faz parte da série Mesários – A Justiça Eleitoral Mora ao Lado. Os textos estão sendo publicados desde fevereiro de 2022, mês em que a Justiça Eleitoral comemorou 90 anos. A ideia é mostrar que a atuação para garantir o processo democrático por meio das eleições só é possível graças às mesárias e aos mesários que participam ativamente do processo eleitoral em todo o país.

DB/LC, DM

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