Justiça Eleitoral pelo Brasil: TRE-RS lança documentário sobre as Eleições de 2024 após as enchentes no estado

“O desafio da eleição municipal de 2024 em meio à inundação” retrata, pelo olhar da Justiça Eleitoral, um dos momentos mais dramáticos da história recente do estado

16/05/2025 12:07

O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) lançou na quarta-feira (14) o documentário “O desafio da eleição municipal de 2024 em meio à inundação”, produzido pelo Memorial da Justiça Eleitoral Ministro Teori Albino Zavascki.

Realizado no plenário do TRE, o evento reuniu autoridades, desembargadores do Regional e servidoras e servidores em um momento de realce da memória e do reconhecimento ao esforço coletivo diante de uma das maiores tragédias ambientais da história recente do estado.

Ao abrir a cerimônia, o presidente do TRE gaúcho, desembargador Voltaire de Lima Moraes, destacou a importância do registro audiovisual como documento histórico de um período extremamente desafiador. Ele lembrou que, em virtude das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio de 2024, diversas zonas eleitorais e a sede do Tribunal foram afetadas.

“As eleições municipais de 2024 foram um marco de superação. Realizamos reuniões virtuais para organizar ações imediatas, lançamos campanhas para convocação de mesários voluntários e para reduzir a abstenção — contando com o apoio dos cinco tribunais gaúchos. Tudo isso em meio à reconstrução institucional”, afirmou o presidente do TRE.

Memorial

Responsável pela curadoria do Memorial da Justiça Eleitoral Ministro Teori Albino Zavascki, o ex-integrante do Pleno do TRE, Gerson Fischmann, explicou que o documentário busca registrar o esforço coletivo da Justiça Eleitoral para garantir a realização do pleito em meio à calamidade pública.

Os relatos colhidos revelam o comprometimento da instituição com a democracia, mesmo em condições adversas. Esse é o terceiro documentário produzido pelo Memorial, que tem apostado no audiovisual como instrumento de valorização da memória institucional.

Relatos e imagens

O documentário intercala imagens dos estragos da inundação com depoimentos emocionantes de magistrados, servidores e colaboradores que vivenciaram, na linha de frente, os impactos das enchentes. Entre eles está uma entrevista do presidente do TRE, desembargador Voltaire de Lima Moraes, no encerramento das eleições.

“Quero dizer que nós estamos encerrando esse pleito eleitoral com muita tranquilidade e de uma forma muito auspiciosa, porque conseguimos, num momento difícil, em que o cenário era devastador, causado pelas enchentes, comprar essa briga. A boa briga, a briga em defesa da democracia, a briga em defesa do voto. Portanto, essa conquista que nós estamos hoje conseguindo se deve a todas essas pessoas que, de uma forma uníssona, se incorporaram numa conduta cívica superior, fazendo com que esses objetivos colimados lá atrás por todos nós pudessem ser atingidos”, disse o dirigente do Regional.

A sede do TRE do Rio Grande do Sul, o edifício Joaquim Francisco de Assis Brasil, foi uma das estruturas duramente atingidas pela inundação. A diretora-geral do Tribunal, Ana Gabriela de Almeida Veiga, contou como foi o momento em que recebeu a notícia de que a água havia invadido o prédio. “Nenhuma fala pode dimensionar o que vivemos. Foi uma tragédia sem precedentes, surreal e inimaginável”, disse, emocionada.

Ela também relatou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou cerca de 6.500 urnas eletrônicas para repor as que foram danificadas. No vídeo, há imagens do depósito de urnas na zona norte de Porto Alegre e do Arquivo Central do TRE-RS, que ilustram a dimensão dos danos.

Em Guaíba, a chefe do cartório eleitoral, Daniela Rodrigues Rezende Kiraly, descreveu o impacto da enchente de forma contundente: “O dia 2 de maio de 2024 não vai sair da minha cabeça. A água subiu muito além de tudo o que já havíamos enfrentado”.

No interior do estado, o juiz eleitoral de Arroio do Meio, João Regert, relatou que, diante da elevação do nível do rio Arroio, as urnas foram transferidas para o segundo andar do Fórum. Ainda assim, metade delas ficou submersa e a outra foi comprometida pela umidade. “O grande desafio não era apenas garantir as eleições, era garantir que elas ocorressem com menos de cinco meses de preparação após tudo isso”, relatou.

O documentário, mais que um registro técnico, é um tributo à resiliência e ao compromisso da Justiça Eleitoral gaúcha com a democracia, mesmo diante das adversidades extremas.

AN/EM/MM, com informações da Assessoria de Comunicação Social do TRE do Rio Grande do Sul

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