Live do TSE discute diversidade e liderança feminina

No evento da série "Mulheres Debatem", ministro Barroso, Petria Chaves, Luiza Trajano, Joenia Wapichana e Duda Salabert falaram de experiências de liderança e preconceito

Mulheres Debatem Liderança - com Joenia Wapichana, Duda Salabert e Luiza Helena Trajano - 19.03....

Na abertura da terceira live da série “Mulheres Debatem”, nesta sexta-feira (19), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, destacou as conquistas femininas ao longo das últimas décadas e a luta contínua contra todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres.

“A história da Humanidade é a história da superação do preconceito e do reconhecimento de que todas as pessoas merecem ser tratadas com respeito e consideração”, ressaltou o ministro no evento virtual que teve como tema “Liderança” e foi transmitido pelo canal da Justiça Eleitoral no YouTube.

Promovida pelo TSE, a série é uma das ações deste mês em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. Junto com Barroso, participaram como convidadas do bate-papo a empresária Luiza Trajano, fundadora do Grupo Mulheres do Brasil; a deputada federal Joenia Wapichana; e a vereadora Duda Salabert, primeira candidata transgênera eleita para a Câmara Municipal de Belo Horizonte (MG), obtendo o recorde de mais de 37 mil votos. O encontro foi mediado pela jornalista Petria Chaves.

O presidente do TSE assinalou que discriminar uma pessoa por ser homossexual, por ser trans, ou por qualquer outro fator “é inaceitável na vida civilizada”. “Discriminar uma pessoa por ser gay ou trans é como discriminar alguém por ser judeu, ou por ser negro, ou por ser latino-americano. Ou seja, por um fato da vida que nem sequer traduz uma escolha”, disse o ministro.  

Barroso reiterou o “apreço e respeito pela diversidade brasileira e que todas as pessoas, independentemente de orientação sexual, merecem consideração”. “Nos últimos tempos, no mundo, alguma coisa aconteceu de muito errada, pois subitamente foram liberados diversos demônios do racismo, do fascismo, da misoginia, da homofobia, das supremacias. Então, hoje queremos aqui reiterar que consideramos todas as pessoas iguais, porque assim são feitas pelo Criador”, acrescentou o presidente do Tribunal, dizendo que “devemos enfrentar essa onda de obscurantismo acendendo luzes onde pudermos”. Para ele, o mundo precisa de “um choque de iluminismo”.

Entre outros pontos, a mediadora do encontro, Petria Chaves, enfatizou os grandes valores femininos, tais como educação, persistência, garra e empatia. Segundo ela, a liderança de Joenia Wapichana, Luiza Trajano e Duda Salabert, em suas áreas de atuação, mostra muito bem a força, a competência, a diversidade e a capacidade das mulheres brasileiras em vencerem desafios, tanto profissionais quanto de cunho discriminatório.

Visibilidade

Primeira mulher parlamentar indígena, a deputada federal Joenia Wapichana iniciou os debates da live, destacando a necessidade de combater, cada vez mais, a discriminação e o preconceito de parcela da sociedade com relação aos povos indígenas, com o objetivo de dar maior dignidade a essas populações tradicionais. A parlamentar resume sua atuação com uma palavra: resistência.

 “Ainda somos invisíveis. Depois de 500 anos [de História do Brasil], agora eu sou a primeira deputada federal”, completou Joenia, que é a primeira indígena a se formar advogada no Brasil. Ela ressaltou que o seu papel na Câmara dos Deputados é, também, buscar dar maior visibilidade às questões indígenas, incluindo-as na pauta do Parlamento e da sociedade.

Trabalho e vontade

Ao compartilhar a sua experiência de sucesso nos negócios, Luiza Trajano acentuou que sempre se moveu pelo propósito do trabalho aliado à força de vontade, para alcançar a posição de liderança como mulher empresária. Ela disse que, em sua empresa, não há espaço para preconceito nem discriminação de qualquer ordem, tanto de gênero quanto de orientação sexual, ou relativos a algum outro ponto.

Para Luiza, que se declarou fã da urna eletrônica,  o agravamento da pandemia da Covid-19, de alguma forma, levou o brasileiro a ter maior noção de pertencimento ao país e consciência da grande crise social existente.  “Sempre fui preocupada com a discriminação social e a desigualdade”, afirmou a empresária, lembrando a triste herança da escravidão no país, que, de outras maneiras, de acordo com Luiza, ainda persiste.

Diversidade e mudança

Já a vereadora Duda Salabert ressaltou que muitas das conquistas das mulheres, inclusive de travestis e homossexuais, costumam vir de decisões do Poder Judiciário, o que demonstra a permanência da discriminação e do preconceito em parcela da população brasileira. Ela destacou que o universo feminino contempla uma diversidade de matizes, não ficando somente no contraponto “azul e rosa”.

“Leis são importantes. Mas leis sozinhas não mudam. Veja a questão do racismo, por exemplo. Quantos presos? A mudança deve ocorrer na mente das pessoas”, disse a vereadora de Belo Horizonte. Durante sua fala, Salabert forneceu um dado que mostra o que a discriminação é capaz de causar: 90% da população de travestis vivem na prostituição, “porque literalmente foram expulsos das escolas”.  

“Mulheres Debatem”

Na próxima sexta-feira (26), às 15h, será transmitida a última live da série “Mulheres Debatem”, que tratará do tema “Gênero”. A série de diálogos é organizada pela Comissão TSE Mulheres e tem como objetivo incentivar a participação feminina na política e na Justiça Eleitoral. As duas lives anteriores debateram as temáticas “Igualdade” (5/3) e “Violência” (12/3).

Confira o primeiro debate da série.

Confira o segundo debate da série.

EM/LG, DM

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