Representantes de mídias sociais detalham propostas para combater desinformação nas Eleições 2022

Exposições foram feitas durante a mesa de encerramento do II Seminário Internacional Desinformação e Eleições, realizado nesta terça (26) pelo TSE

II Seminário Internacional Desinformação e Eleições

Facebook, YouTube, WhatsApp, Twitter e TikTok. Representantes de todas essas plataformas digitais estiveram reunidos nesta terça-feira (26) para debater e explicar quais medidas serão adotadas pelas mídias sociais com vistas a evitar a propagação de desinformação nas eleições do próximo ano. O encontro virtual encerrou a programação do II Seminário Internacional Desinformação e Eleições, promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Moderador da mesa, o presidente da Corte Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, falou sobre a importância de uma conversa desse nível no momento atual do país. De acordo com ele, houve uma verdadeira revolução digital nos últimos anos, que modificou de forma profunda o modo como vivemos.

Um dos principais produtos dessa revolução são as mídias sociais, fenômeno que ainda não aprendemos a lidar, nas palavras de Barroso. “É preciso preservar a democracia e assegurar a liberdade de expressão, mas ao mesmo tempo não podemos permitir que as mídias sociais sejam utilizadas para a prática de crimes e propagação de desinformação”, destacou.

O Facebook – que também é dono do Instagram e do WhatsApp – anunciou uma importante medida para o pleito de 2022. O vice-presidente de Políticas Públicas da empresa, Neil Potts, informou que, a partir das próximas semanas, usuárias e usuários do Facebook e do Instagramno Brasil começarão a notar um rótulo em postagens nas duas plataformas que tratam de eleições. Ao clicar nos conteúdos, serão redirecionados para o Portal da Justiça Eleitoral, que contém informações oficiais sobre o sistema de votação e artigos que rebatem desinformação sobre o processo eleitoral.

Potts lembrou que as ações foram pensadas para auxiliar na integridade das eleições nacionais. “Essa é uma prioridade para nós, e temos trabalhado nos últimos anos com o TSE para proteger o processo democrático ao identificar e agir contra ameaças e, assim, ajudar as pessoas a terem acesso a informações confiáveis sobre a votação”, pontuou.

Outras plataformas

O diretor do Instituto de Tecnologia & Sociedade do Rio de Janeiro e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Affonso, falou sobre a necessidade de aperfeiçoar e proteger a atividade de moderação dentro das mídias sociais. Ele ressaltou que o Brasil ocupa posição de destaque em relação ao número de usuários em redes globais, estando entre os cinco maiores mercados consumidores do mundo.

“A moderação de conteúdo deve aumentar a confiança do usuário e, por isso, deve ser protegida, uma vez que se entende moderação como censura, mas é algo que tem o poder de evitar que as plataformas sejam usadas de forma perniciosa para o cenário eleitoral”, observou Affonso.

Lisa Reyes, diretora sênior de Política de Tecnologia e conselheira jurídica do TikTok, disse que a plataforma não permite anúncios políticos pagos e que, quando entendem que uma propaganda fere a política de conteúdo da rede, ela é removida. Segundo Reyes, pelo fato de o TikTok ter uma comunidade de usuários mais diversa, o desafio é único. Em 2020, citou, a empresa foi capaz de identificar tendências e monitorar as desinformações de forma próxima. Assim, pôde revisar conteúdos que foram utilizados para disseminar fake news e removê-los da plataforma.

Ela aproveitou ainda para elogiar a criação do perfil oficial do TSE no TikTok, agraciado na última sexta-feira (22) no XIX Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça. “[Estamos] Muito felizes pela parceria com o TSE. O esforço pela produção de conteúdo informativo é bem-vindo, nos auxilia na nossa política de combate ao mau uso da plataforma”, frisou.

Já a vice-presidente do WhatsApp, Victoria Grand, disse que a rede é bem diferente das outras mídias sociais, uma vez que promove conversas entre duas pessoas ou em grupos, mas sempre em caráter privado. Para ela, a criptografia adotada pela plataforma é essencial para assegurar a privacidade, o que não significa clandestinidade.

“Adotamos, de forma constante, medidas para combater a desinformação. Uma delas foi limitar o compartilhamento de mensagens de forma massiva. Isso representou uma queda de 70%, somente no Brasil, no envio de mensagens que identificamos como falsas”, declarou.

O Seminário

O II Seminário Internacional Desinformação e Eleições – Disinformation and Elections teve como metas principais reunir dados, compartilhar experiências, colher sugestões e enriquecer o conhecimento geral sobre medidas viáveis de enfrentamento das notícias falsas.

Os debates podem ser vistos no canal do TSE no YouTube.

JM/LC, DM

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