Brasília 55 anos: história de grandes conquistas eleitorais

fotos de eleições de 1986 em 20.04.2015

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No ano em que Brasília completa 55 anos de fundação, os brasilienses também comemoram 29 de conquista do exercício da cidadania por meio do voto direto.

Quando inaugurada, em 1960, a Capital Federal era uma instância de organização do poder político, que não tinha seus próprios representantes. No entanto, naquele ano, 21.842 eleitores regularmente registrados no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) foram às urnas para participar das eleições presidenciais.  O período democrático durou até 1963, quando o país entrou em um período de exceção (1964 a 1985).

Durante quase 30 anos, os eleitores de Brasília foram praticamente excluídos da participação direta e efetiva da vida nacional. A retomada do regime democrático se deu com a aprovação da Emenda à Constituição n° 25/1985, concedendo ao Distrito Federal o direito de eleger seus representantes para Câmara e Senado, fato consumado em 1986.

Antes disso, apenas os eleitores de outras unidades da Federação que moravam na Capital iam às urnas para escolher os candidatos dos seus respectivos estados. Tal prática era uma espécie de voto em trânsito, pois os cidadãos com títulos de outros locais podiam votar nas seções espalhadas por Brasília. “As comunidades dos estados de origem eram muito grandes e o número de votos daqui era capaz de eleger um candidato de outro estado”, lembra o jornalista Sérgio Oliveira, que saiu do Rio de Janeiro para morar em Brasília.

A população era composta, em sua maioria, por imigrantes vindos dos quatro cantos do país com o intuito de trabalhar na construção do DF, além dos servidores transferidos para as novas sedes dos órgãos públicos. 

Recadastramento eleitoral de 1985

Em 1985, foi realizado um recadastramento eleitoral com os quase 70 milhões de eleitores brasileiros. “O processo do recadastramento nacional foi um trabalho heroico. Limpou o cadastro, tirou o eleitor fantasma, as duplicidades”, lembrou o ex-ministro do TSE Roberto Rosas.

Naquela época, o recadastramento já foi realizado de forma eletrônica e o número de inscrição era único para todo o território nacional. O armazenamento em meios informatizados trouxe facilidades no relacionamento com cartório eleitoral e para a emissão de novos títulos. Em 1986, foi concluído o recadastramento e, nas eleições daquele ano, o eleitor já votou utilizando sua nova e controlada forma de identificação.

Segundo Ane Cajado, historiadora do TSE, “o recadastramento geral do eleitorado foi um marco dentro da própria história de informatização do voto”.

Eleições de 1986

Em 1986, com a formação da primeira bancada federal, o Distrito Federal elegeu sua representação política. Eram oito vagas para deputado federal e três para senador, em um universo de exatos 732.780 eleitores.

Valmir Campelo foi o primeiro candidato eleito em Brasília como deputado federal, em um universo de 200 candidatos. “Era uma campanha corpo a corpo. Reuníamos-nos nas casas das pessoas. Eu dizia o que já tinha feito nas cidades que havia administrado, as funções que eu tinha exercido em Brasília e as minhas propostas”, conta o político.

Ele recorda ainda que houve uma grande mobilização da sociedade durante as eleições, pois a partir daquele momento os brasilienses exerceriam sua representatividade política.

DF como unidade da Federação

A Constituição Federal de 1988 deu outro tratamento para o Distrito Federal ao consolidá-lo como unidade da Federação. “Em função da grande quantidade de pessoas que vieram morar em Brasília, a cidade se tornou de fato um centro urbano que exigia uma participação maior, tanto na vida política nacional, quanto nas decisões locais”, explicou Ane Cajado.

Isso aconteceu de fato em 1989, quando os brasilienses e eleitores com domicilio eleitoral em Brasília passaram a escolher o governador e deputados distritais. “Foi uma eleição plenamente em um regime democrático, com uma aspiração de realização e de desejo”, disse o ex-ministro Roberto Rosas.

Perfil do eleitorado do DF

Hoje, o Distrito Federal possui 1.897.677 eleitores, o que representa um acréscimo de aproximadamente 150% no eleitorado desde 1986.

As mulheres representam 54,32% e os homens 45,67% desse universo. A média de idade está entre 25 e 34 anos, o que corresponde a 25% do eleitorado.

O DF lidera o ranking de eleitores com maior grau de instrução no país. São 466.336 cidadãos com nível superior completo, mais de 24% dos votantes.

O recadastramento biométrico já foi totalmente finalizado. Nas eleições de 2014, 99,87% dos eleitores da Capital Federal estiveram aptos para serem identificados biometricamente.

Confira abaixo a tabela de evolução do eleitorado no Distrito Federal desde 1960: 

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Eleições     Eleitorado      Tipo de eleição

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1960               23.564         Presidente da República

1963               44.086         Referendo Sist. de Governo

1986              733.112        1ª Eleição p/ Senado e Câmara

1989              857.330         Presidente da República

1990              893.659         2ª eleição p/ Senado e Câmara

1993              908.429         Plebiscito

1994            1.062.247        Eleições gerais1998

1998            1.267.925        Eleições gerais

2002            1.524.793        Eleições gerais

2005            1.580.206        Referendo do Desarmamento

2006            1.654.192        Eleições gerais

2010            1.836.280        Eleições gerais

2012            1.847.896        Eleições municipais

2014            1.897.677        Eleições gerais

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