Abril Indígena: TRE do Tocantins realiza programa de inclusão sociopolítica dos povos originários

São diversas ações, como cartilha bilíngue, vídeos, momentos de conversa, orientação e troca de experiências em comunidades de diferentes etnias

Série Abril Indígena 10.04.2023

Desde 2017, o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) desenvolve um programa permanente de inclusão sociopolítica dos povos indígenas para efetivar o pleno exercício dos direitos de cidadania dessa população, que tem a organização social, costumes, línguas, crenças e tradições reconhecidas no artigo 231 da Constituição Federal. Criada com a finalidade de ampliar o diálogo e a participação política das comunidades indígenas, a iniciativa promove diversas ações em aldeias do estado, incluindo cartilha bilíngue, vídeos, momentos de conversa, orientação e troca de experiências.

Sistematicamente, em cada localidade, a equipe da Justiça Eleitoral se reúne com os indígenas para momentos de trocas de experiências e orientações. Em bate-papo, são repassadas informações sobre a importância do voto, da representatividade indígena na política e, sobretudo, sobre os serviços oferecidos ao eleitor. A primeira ação deste ano está marcada para o dia 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas, no Centro de Ensino Médio Indígena Xerente Wara, em Tocantínia, município distante 86 quilômetros de Palmas.

Série Abril Indígena - TRE do Tocantins - 13.04.2023

Os próximos encontros serão realizados em junho, com os povos das aldeias Pedra Branca e Manoel Alves (etnia Krahô); em agosto, nas aldeias Santa Isabel, Fontoura e Macaúbas (etnia Karajá). No mês de setembro, os encontros serão nas aldeias Canoanã e São João (etnia Javaé) e, em outubro, as ações reunirão os povos das aldeias Mariazinha e São José (etnia Apinajé).

Mobilização

Coordenador do programa, o juiz eleitoral Wellington Magalhães explica que esses encontros são oportunidades para a Justiça Eleitoral conhecer as dificuldades dos locais de votação das comunidades indígenas, além de valorizar a cultura e a participação desse público na política. “Buscamos a inclusão desses povos no processo democrático e o fortalecimento da participação indígena não apenas votando, mas também se candidatando a cargos eletivos dentro das suas comunidades”, explica.

Série Abril Indígena - TRE do Tocantins - 13.04.2023

Para tanto, ele enfatiza a importância da mobilização de instituições públicas e da sociedade na missão de preservar ao máximo a cultura, a tradição e a originalidade da população originária. “A inclusão sociopolítica dos povos indígenas não é um programa exclusivamente do TRE; é um programa construído coletivamente, com várias instituições que se propõem a fortalecer a cidadania dos povos tradicionais do nosso estado”, ressalta.

O programa conta com a parceria de entidades estaduais e federais, como a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a Defensoria Pública do Tocantins, diversas secretarias do governo do estado, a Universidade Federal do Tocantins (UFT), a Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), a Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO) e o Exército Brasileiro, entre outros.

Série Abril Indígena - TRE do Tocantins - 13.04.2023

Urnas

No ano passado, encontros em várias aldeias promoveram votação simulada utilizando urnas eletrônicas. Tudo para que todos pudessem conhecer melhor o equipamento e se preparar para as Eleições Gerais de 2022. Para muitos jovens indígenas, foi uma oportunidade de ver e manusear o sistema eletrônico de votação.

A ação foi um sucesso e bem avaliada pelo cacique da aldeia Porteira, Tiago Xerente. “A relevância do projeto na aldeia é grande. É de suma importância a vinda do TRE aqui para esclarecer dúvidas sobre como votar e sobre quais são os direitos para exercermos o nosso papel de cidadão”, diz.

Série Abril Indígena - TRE do Tocantins - 13.04.2023

Na primeira experiência com a urna eletrônica, a indígena Siawaru Javaé Karajá, da aldeia Xambioá, elogiou a ação: “Eu achei muito fácil a votação, foi a minha primeira vez e me explicaram muito bem como funciona a urna”.

O indígena Alexandro de Souza Fernandes Apinajé, da aldeia São José, também afirmou ter gostado da experiência com a urna eletrônica. “Gostei da votação na urna. É muito bom para o indígena aprender a votar correto. É fácil e, com o nosso voto, a gente ganha na urna com nossos candidatos”, afirma.

Cartilhas

“Lei ita mã catea to cati Brasil cuncã kãm” = Constituição Federal; “Urna ita mã vota xà japrỳ mã, kãm ca votar” = urna eletrônica; “Krĩ kãm hanẽa nẽ urna Ita” = domicílio eleitoral; “Política te cupron xà japrỳ mã coligação ita” = coligação. No Tocantins, milhares de indígenas de diferentes etnias conhecem o processo eleitoral em cartilhas eleitorais bilíngues produzidas nas quatro línguas mães e raízes de uma nação que enriquecem a cultura e a história do estado. Entre os conteúdos, estão noções básicas sobre o voto, candidaturas, campanha eleitoral, votação eletrônica, segurança das eleições e os principais crimes eleitorais.

Série Abril Indígena - TRE do Tocantins - 13.04.2023

Os textos foram produzidos nas quatro línguas mães dos indígenas do Tocantins: Povos Meri, Akwê, Panhi e Yny (Krahô, Xerente, Apinajé, Karajá, Javaé e Xambioá). Com linguagem simples e didática, a intenção é facilitar o acesso a informações e ampliar a compreensão dos indígenas sobre as eleições.

Outros quatro vídeos contam com a participação de indígenas das etnias que repassam as orientações do Tribunal na língua mãe de cada povo.

MC/LC, DM

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