Teste Público da Urna: investigadores concluem análise dos códigos-fonte dos sistemas eleitorais
Agora, eles têm uma semana para apresentar os planos de teste que serão executados em dezembro

As investigadoras e os investigadores inscritos no Teste Público de Segurança dos Sistemas Eleitorais passaram duas semanas (de 6 a 17 de outubro) conhecendo os códigos-fonte e o funcionamento das urnas eletrônicas. Eles devem apresentar, até esta sexta-feira (24), os planos de teste que serão colocados em prática na semana do evento (1º a 5 de dezembro), contribuindo ainda mais para garantir a segurança do processo eleitoral brasileiro.
O advogado César Henrique Soares Ferreira, 47 anos, representante da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), participa do Teste da Urna pela primeira vez. Depois de conhecer os sistemas eleitorais, afirma que achou o processo muito seguro.
“Todo mundo sempre tem a dúvida de como funciona o processo eleitoral. Você chega aqui e vê que não é nada do que é divulgado na internet; não é igual às fake news que espalham. O processo é muito mais seguro do que parece. Se tem algum problema, estamos aqui para contribuir e tentar achar”, disse.
Tamires da Silva Ferreira, 29 anos, também aproveitou a oportunidade para ver como funciona a urna eletrônica e os códigos-fonte dos sistemas eleitorais. “Sou mesária voluntária e trabalho nas eleições há anos. Qualquer pessoa, mesmo sendo leiga, pode participar, atestar a segurança, tirar dúvidas, ver como é feito o carregamento das mídias e entender mais sobre o processo eleitoral. Você abre sua mente para entender mais o processo eleitoral, alvo de muitas dúvidas e desinformação”, comentou.
Análise dos códigos-fonte
A edição de 2025 do Teste da Urna será feita nos sistemas que serão utilizados nas Eleições Gerais de 2026. Dos dias 1º a 5 de dezembro, as pessoas que tiverem seus planos de testes aprovados pela Comissão Reguladora comparecerão ao Tribunal para executá-los. O intuito do evento é fortalecer a confiabilidade, a transparência e a segurança da captação e da apuração dos votos, além de ajudar no constante aprimoramento do processo eleitoral.
Na etapa de análise dos códigos-fonte, a presença dos investigadores no TSE não é obrigatória. Dos 148 inscritos, 49 optaram por conhecer os códigos-fonte para a elaboração do plano de teste – 24 compareceram na primeira semana e 25 nesta. Além da Subseção de Sabará da OAB-MG, eles representam entidades como a Universidade de Brasília (UnB) e o Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP).
Os demais investigadores também devem encaminhar os planos, mesmo sem terem participado desta etapa, até porque muitos deles participaram de edições anteriores e já conhecem os sistemas. No dia 7 de novembro, serão divulgados os planos de teste aprovados.
A participação no Teste é limitada a até 15 inscrições, individuais ou em grupo, e os grupos poderão ter até três participantes cada um. Terá a inscrição selecionada a investigadora, o investigador ou o grupo que tiver pelo menos um plano de teste aprovado pela Comissão Reguladora. A participação presencial nas atividades do evento será limitada a 45 pessoas de forma simultânea, para garantir o bom andamento dos trabalhos.
Participação cidadã
Esta é a 8ª edição do Teste Público da Urna, realizado desde 2009. Trata-se de uma das etapas mais importantes de auditoria e fiscalização do processo eleitoral brasileiro. Os outros sete eventos ocorreram em 2009, 2012, 2016, 2017, 2019, 2021 e 2023. Em 2016, o Teste da Urna passou a ser obrigatório, sendo disciplinado pela Resolução do TSE nº 23.444, de 30 de abril de 2015. A norma prevê que os testes sejam realizados, preferencialmente, no ano anterior à eleição.
Podem participar do Teste Público de Segurança dos Sistemas Eleitorais 2025, na condição de investigadora ou investigador, cidadãs e cidadãos brasileiros maiores de 18 anos, individualmente ou em grupo, mediante apresentação de documentação comprobatória.
Nicholas Barros dos Santos, de 32 anos, inscreveu-se como investigador individual pela segunda vez e destaca a participação da comunidade no processo eleitoral. “É um momento muito importante. A sociedade como um todo é interessada e pode participar do processo, analisando o código-fonte e, a partir daí, tendo a visão sobre como funciona o sistema eleitoral brasileiro”, disse. “Cidadãos e entidades fiscalizadoras podem participar do teste, todo mundo unido em prol do sistema eleitoral brasileiro e do fortalecimento da democracia”, completou.
Lisura do processo eleitoral
O Teste da Urna é uma demonstração clara do compromisso da Justiça Eleitoral com a integridade do processo eleitoral. Ao promover uma avaliação dos sistemas eleitorais aberta e participativa, o TSE busca garantir, de maneira permanente, que as eleições ocorram de forma segura, transparente e confiável, reafirmando a credibilidade do sistema eletrônico de votação e apuração perante a sociedade.
GR/LC/DB