Em seminário sobre desinformação, assessora-chefe de Comunicação do TSE fala sobre lições aprendidas pela Justiça Eleitoral

Evento promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), nesta quinta-feira (17), reuniu especialistas no enfrentamento de notícias falsas

Ana Cristina Rosa durante Seminário Desinformação: Antídotos e Tendências

Representando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a assessora-chefe de Comunicação (Ascom) da Corte, Ana Cristina Rosa, proferiu palestra nesta quinta-feira (17), durante o seminário “Desinformação: Antídotos e Tendências”, promovido pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ), com o apoio da Google News Initiative, do jornal Propmark e da Unibes Cultural. A jornalista foi uma das palestrantes do painel “Desinformação nas eleições”.

Em sua exposição, a assessora-chefe explicou que, a partir da experiência vivida nas Eleições Gerais de 2018 em relação à desinformação direcionada à Justiça Eleitoral, à segurança da urna eletrônica e ao processo eleitoral, o TSE decidiu debater o assunto e preparar o terreno para estabelecer defesas contra esse fenômeno digital, que, segundo ela, deve ser novamente enfrentado nas Eleições Municipais de 2020.

“Nós entendemos que a desinformação é inimiga da democracia. Mas é importante salientar que a atuação da Justiça Eleitoral esteve restrita ao âmbito da desinformação diretamente relacionada à segurança do processo eleitoral brasileiro. Sabemos que não temos estrutura para fazer frente ao problema como um todo, aliás, não só nós, mas instituição alguma. De maneira isolada, não há como enfrentar o problema da desinformação”, afirmou.

Na ocasião, Ana Cristina Rosa falou também sobre o Programa de Enfrentamento à Desinformação com Foco nas Eleições 2020, ao qual 36 instituições parceiras já aderiram. A finalidade do programa é enfrentar os efeitos negativos causados pelas notícias falsas à imagem e à credibilidade da Justiça Eleitoral, à realização das eleições e aos atores envolvidos no pleito.

A assessora-chefe de Comunicação do TSE afirmou ainda que “um dos consensos já construídos entre os estudiosos do tema é o de que a desinformação é um fenômeno complexo e global, que não pode ser combatido por um único órgão ou instituição”. Nesse cenário, disse ela, “foi necessário unir esforços, compartilhar experiências e apostar na informação de qualidade como ferramentas de enfrentamento”.

Painel

Também participaram do painel o presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e editor do Estadão Dados e do Estadão Verifica, Daniel Bramatti, e a diretora de Operação do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) e coordenadora do Projeto Credibilidade, Angela Pimenta. A moderação ficou a cargo da presidente executiva do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco.

A jornalista Angela Pimenta, do Projor, destacou as implicações negativas da desinformação na democracia, tipificadas em três principais eixos: informação incorreta (mis-information), quando informações falsas são compartilhadas, mas sem intenção de dano; “des-informação”, relativa a informações falsas que são conscientemente compartilhadas para causar danos; e “má-informação”, quando informações genuínas são compartilhadas para causar danos, muitas vezes por meio da publicação de informações destinadas a permanecerem privadas.

Já Daniel Bramatti, presidente da Abraji, destacou a atuação do projeto Comprova durante as Eleições de 2018, cujo sucesso permitiu uma segunda edição da iniciativa, ainda em andamento, com a colaboração de mais de 20 redações de veículos de comunicação. Daniel contou que, somente no WhatsApp, o projeto reuniu mais palavras do que qualquer livro da série infantojuvenil Harry Potter, o que dá a dimensão da quantidade de desinformação espalhada no pleito. O jornalista lembrou ainda do ganho de produtividade nas redações parceiras, que cederam de dois a três profissionais, e receberam em troca material de mais de duas dezenas de jornalistas.

 Abertura

O jornalista Marcelo Rech, presidente da ANJ, falou na abertura do evento e destacou que o melhor combate às notícias falsas não é o controle das comunicações e expressões, muito menos por parte de governos. O melhor antídoto à desinformação no curto prazo, assinalou, é valorizar e reconhecer o papel da imprensa profissional. “Por buscarmos a verdade e o acerto, muitas vezes incomodamos aqueles que têm seus interesses contrariados”, enfatizou.

IC/LC, DM

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