Museu do Voto inaugura exposição que conta história da reinstalação da Justiça Eleitoral no Brasil

Nesta quinta-feira (6), o Museu do Voto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abriu suas portas para contar um importante capítulo da história da democracia brasileira ao inaugurar a exposição “A saga da reinstalação da Justiça Eleitoral em 1945: história e cultura dos 70 anos da redemocratização no Brasil”. A abertura da mostra contou com a presença de servidores e colaboradores do TSE, além de autoridades como o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, os ministros do TSE Gilmar Mendes, João Otávio de Noronha, Luciana Lóssio e Herman Benjamin, e parlamentares das duas casas do Congresso Nacional.
“A exposição pretende retratar os momentos marcantes pelos quais passou a Justiça Eleitoral brasileira, as dificuldades enfrentadas e o progresso experimentado ao longo das várias eleições realizadas sem solução de continuidade desde 28 de maio de 1945”, declarou o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli. Segundo ele, os avanços tecnológicos alcançados pela Justiça Eleitoral nessa trajetória de 70 anos são elementos importantes que conferem à democracia brasileira uma posição de referência entre a comunidade internacional.
Ane Cajado, curadora da exposição e chefe da Seção de Acervos Especiais (Seesp), ligada à Coordenadoria de Biblioteca (Cobli) da Secretaria de Gestão da Informação (SGI), disse que a mostra celebra “a memória de magistrados, servidores e colaboradores, que desde 1932 têm pisado o chão sobre o qual a democracia se equilibra, e se reequilibra”. Ela lembrou que em 2015 também são comemorados, além dos 70 anos da reinstalação da Justiça Eleitoral, os 83 anos da sua criação, que ocorreu em 1932, e os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial e a redemocratização do Brasil com o fim da Era Vargas. Para ela, comemorar essas datas significa lembrar os percalços pelos quais a democracia já passou no país, bem como reafirmar o cuidado da Justiça Eleitoral com a democracia brasileira.
“A mostra tem como objetivo principal trazer ao público os desafios enfrentados por aqueles que se engajaram no projeto de fazer o país transitar de um período ditatorial para uma prática democrática. Um trabalho que dispõe e soma esforços para obter como resultado uma exposição digna da nossa história e cultura brasileira”, destacou Celita Procópio, presidente do Conselho de Curadores da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), parceira do Museu do Voto na iniciativa. “É uma oportunidade excepcional e de grande importância para a nossa Fundação, que é hoje uma das principais promotoras do intercâmbio cultural em nosso país”, disse.
O ministro Dias Toffoli considerou adequado o uso da palavra “saga” no título da exposição, “pois os diversos episódios históricos aqui destacados assumem ares de uma verdadeira epopeia. Desde o cadastro dos eleitores, depois os recadastramentos ocorridos ao longo do tempo, a criação da cédula única de votação, a urna eletrônica e mais recentemente o processo biométrico. Não poderia ser diferente a história da Justiça Eleitoral”, disse ao ressaltar o trabalho dos servidores para realizar eleições num país de dimensões continentais como o Brasil.
A exposição faz parte de uma série de homenagens ao aniversário da reinstalação da Justiça Eleitoral, que já vem sendo celebrado desde 28 de maio deste ano, quando foi realizada uma sessão solene no TSE para homenagear a data, seguida de um culto ecumênico em 29 de maio e uma sessão solene no Senado Federal no dia 1 de junho.
Acervo
Aproximadamente 220 documentos e objetos históricos foram selecionados para a exposição. Também poderão ser vistas reproduções de obras de artistas que contextualizam os períodos representados, como os brasileiros Henrique Passos, Antônio Parreiras, Pedro Américo e o holandês Frans Janszoon Post. A pesquisa reuniu verdadeiras relíquias daquela época, como a assinatura do artista Mário Lago na lista de apoiadores para a criação do Partido Comunista. Também serão expostos mapas de apuração, cédulas eleitorais e uma das urnas de madeira fabricadas pelos presidiários de Teresina (PI) para serem usadas nas eleições de dezembro de 1945.
Diversas instituições colaboraram com o TSE para compor o acervo da mostra: Fundação Biblioteca Nacional, Arquivo Nacional, Fundação Getúlio Vargas, Museu Antônio Parreiras, Museu Mariano Procópio, Senado Federal, Embaixada dos Estados Unidos, Fundação Joaquim Nabuco, Arquivo Público do Estado de São Paulo, além dos Centros de Memória dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de São Paulo, Piauí e Espírito Santo, entre outros. Colecionadores particulares também colaboraram, juntamente com o Acervo do São Paulo Futebol Clube e o Rijks Museum da Holanda.
A exposição estará em cartaz no Museu do Voto, no subsolo do edifício-sede do TSE, até 6 de agosto de 2016. As visitas são gratuitas e poderão feitas de segunda a sexta-feira das 12h às 19h. Visitas guiadas ocorrerão às segundas e quartas-feiras, das 17h às 19h, e agendadas com antecedência por meio do e-mail museu@tse.jus.br, ou pelos telefones (61) 3030-9285/9283.
RG/JP