Em webinar, representante da TSE Mulheres fala sobre a importância da participação feminina na política
Evento “Mulher na Política: do DF à América Latina” buscou analisar e compartilhar experiências com mulheres do Brasil e de países vizinhos

Uma das fundadoras da Comissão Gestora de Política de Gênero do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – também conhecida como TSE Mulheres –, a servidora Julianna Sesconetto representou a Corte Eleitoral na webinar “Mulher na Política: do DF à América Latina”, realizada na tarde desta quarta-feira (1º) e transmitida pelo canal do Grupo Mulheres do Brasil no YouTube. Em parceria com o grupo Elas no Poder, o evento teve como objetivo analisar e compartilhar informações e experiências com mulheres do Brasil e de países vizinhos, com vistas a fomentar a participação feminina nos espaços de poder.
Julianna detalhou o processo de criação da Comissão e explicou o objetivo do grupo. “Nossa Comissão tem como principal missão diminuir, mitigar e até mesmo acabar com a desigualdade de gênero ainda tão presente nos espaços de poder. O Tribunal sempre realizou diversas ações nessa área, mas nunca houve uma unidade específica que fomentasse a participação feminina na política”, declarou.
Segundo ela, tudo começou a mudar em 2018, quando, durante as eleições daquele ano, o TSE recebeu uma comitiva de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA). “No relatório final da OEA, constou uma recomendação para a criação de uma unidade política de gênero que pudesse incentivar a participação feminina na política”, lembra. E assim foi feito: em 2019, durante a presidência da ministra Rosa Weber, um grupo de sete mulheres criou a TSE Mulheres, por meio da Portaria nº 791/2019.
Na webinar, Julianna destacou que já foram realizadas quase 100 ações – entre publicações, lives, cursos e guias – pela Comissão, entre o final de 2019 e os primeiros oito meses de 2021. Atualmente, o grupo é composto por 19 servidoras, com atuação voltada para dois eixos: incentivo à participação feminina na política e incentivo à participação institucional feminina na Justiça Eleitoral.
Ela reforçou que é preciso aumentar a presença feminina nos espaços de tomada de poder e, assim, enfrentar e diminuir a violência política de gênero. De acordo com ela, quando se observa a composição de diversos parlamentos ao redor do mundo, o Brasil ocupa apenas a posição de número 142 entre 193 nações analisadas. “Nas últimas eleições, em 900 municípios, não tivemos sequer uma mulher eleita como vereadora. Nossa sociedade é diversa, e nós mulheres precisamos perceber o ambiente político como algo nosso”, enfatizou.
JM/LC, DM