A Escola Nacional de Administração Pública (Enap), em parceria com o Ministério da Igualdade Racial, promoveu o evento “Datathon: desigualdades raciais no serviço público” entre os dias 20 e 24 de novembro, na sede da ENAP em Brasília. O servidor André Santos, representante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na competição, ficou em 1º lugar, com o projeto “Observatório da Presença Negra no Serviço Público”.

Realizado no mês da Consciência Negra, o evento consistiu em uma competição de inovação aberta que, ao promover o encontro de cerca de 40 pessoas com diferentes conhecimentos, buscou analisar o que os dados disponíveis na plataforma InfoGOV contam sobre a desigualdade racial no serviço público e quais as possíveis soluções para o problema.

A partir de seis desafios lançados, as equipes formadas durante o evento “Datathon: desigualdades raciais no serviço público” tiveram pouco mais de dois dias para apresentar soluções, baseadas em técnicas de análise e ciência de dados, para auxiliar a redução da desigualdade racial na ocupação de cargos, funções, inclusive de liderança, abrangendo também diferença salarial, entre outros aspectos, no serviço público federal.

TSE no pódio

André Santos, lotado na Seção de Dados Estratégicos Gerenciais (Sedeg) da Coordenadoria de Modernização/SMG, foi o vencedor da competição com o projeto “Observatório da Presença Negra no Serviço Público”. Ele e sua equipe desenvolveram um painel para monitorar o preenchimento de vagas em cargos públicos por pessoas negras. Além disso, a ferramenta é capaz de identificar assimetrias existentes na ocupação de vagas, funções e remunerações, auxiliando a efetividade da igualdade de oportunidades para a população negra.

Segundo informações do projeto de André Santos, os servidores públicos negros ganham em média 21% menos que os servidores brancos e ocupam somente 30% das funções de liderança. O número surpreende, visto que a população negra corresponde a 56% dos brasileiros e brasileiras. “Os dados que analisamos mostraram que os negros no serviço público, em geral, ainda ganham menos que os brancos, mesmo ocupando posições semelhantes no trabalho”, afirmou o servidor do TSE.

De acordo com André, o objetivo é manter o projeto no ar de forma contínua e atualizada, pois, assim, pode se tornar uma página de referência para pesquisadores, servidores, jornalistas ou qualquer profissional com interesse no tema. “A ideia é trazer transparência para o tema da desigualdade racial no serviço público, para auxiliar na efetividade da igualdade de oportunidade para todos”, finalizou ele.

IA/EM, DM