Mulheres debatem o papel feminino no fortalecimento da democracia

Primeiro painel do seminário contra a violência de gênero reuniu quatro representações femininas para propor meios de enfrentamento ao problema

Seminário Mais Mulheres na Política

Durante os debates do seminário “Mais mulheres na política - sem violência de gênero”, realizado nesta segunda-feira (18), quatro nomes de referência no processo de inclusão feminina nos espaços de poder apresentaram propostas para o enfrentamento do problema.

O painel Mulheres pela Democracia reuniu Djamila Ribeiro, professora, filósofa e escritora; Aline Osorio, secretária-geral do Tribunal; Maria Claudia Bucchianeri, ministra do TSE; e Nina Silva, executiva e fundadora do Black Money, movimento pelo empreendedorismo da comunidade negra. A discussão foi moderada pelo presidente do Tribunal, ministro Luís Roberto Barroso.

Para Djamila Ribeiro, pensar a diversidade é simplesmente reconhecer a pluralidade humana. “Se mulheres negras existem, mulheres brancas existem e homens negros existem, nós também deveríamos participar das decisões deste país. É no sentido de reconhecimento da própria pluralidade humana, e não como se nós fossemos específicos em um lugar que não reconhece toda essa pluralidade”, disse.

Sobre a representação política, Nina Silva frisou que é dever de todos falar das mulheres que precisam ocupar espaços e precisam ter fomentos para que possam ter uma candidatura real, com apoio financeiro e com capital social. “Quando falo de Black Money, em girar o dinheiro negro dentro da comunidade por mais tempo, falo que o mesmo deve ser feito dentro de diferentes grupos que sofrem exclusão e genocídio diário”, disse.

Autonomia

De acordo com Aline Osorio, a sociedade deve refletir sobre a igualdade de oportunidades. “Democracia é autogoverno, é autonomia, e não heteronomia. Significa que as pessoas têm que ser, ainda que pela via da representação, autoras das decisões que impactam a sua vida, e não súditas ou subordinadas.”

Para exemplificar o impacto feminino na qualidade da democracia, ela citou que apenas quando duas mulheres passaram a integrar a Suprema Corte dos Estados Unidos (Sandra O'Connor e Ruth Ginsburg) o colegiado decidiu sobre um caso de discriminação de gênero.

Na sequência, Maria Claudia Bucchianeri falou da etapa seguinte à da sub-representação: a violência política. “Estar à margem, mesmo fazendo parte. Manter-se lá, sentir-se parte daquele processo e dona daquele espaço. E aqui eu falo desse fenômeno de desqualificação feminina, de conotação sexual e perseguição da imagem”. Para complementar, ela ressaltou que “precisamos enfrentar as duas frentes: a da entrada no jogo, o grande jogo da política, de tomada de decisões; e a da permanência. Se não admitirmos mais comportamentos como esse, haverá um impacto transformador na nossa sociedade”.

O seminário prossegue durante todo o dia. Acompanhe pelo canal do TSE no YouTube.

AL/CM

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