“A democracia só é completa quando todos conseguem participar. Você sabia que a Justiça Eleitoral está investindo cada vez mais em acessibilidade e você pode ajudar nisso com um simples passo? Se você, assim como eu, tem algum tipo de deficiência, é importante informar isso no site do TSE ou no cartório eleitoral da sua cidade. Assim, o Tribunal pode preparar o local de votação para que fique mais acessível e confortável para todo mundo. Esse cadastro ajuda a garantir que cada pessoa possa votar com autonomia, segurança e dignidade. A Justiça Eleitoral quer ouvir você. A inclusão começa com gestos simples”.

Com essas palavras, a influencer Eduarda Gabrielly da Silva Dias, 23 anos, convida os 40 mil seguidores, especialmente as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, a informarem a eventual condição à Justiça Eleitoral e atualizarem o cadastro eleitoral. Ela tem Osteogenese Imperfeita, é cadeirante e voluntária da campanha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pretende ampliar a inclusão de eleitoras e eleitores promovendo igualdade de acesso ao processo eleitoral.

Eduarda Gabrielly: "A democracia só é completa quando todos conseguem participar"

Eduarda já teve dificuldade para votar. “Às vezes, o lugar é meio longe de casa e fica difícil meus pais me levarem”, conta. Ela decidiu participar da campanha porque “acha essencial falar de acessibilidade em todos os ambientes possíveis e destacar a importância que é a nossa inclusão e ocupação em todos os espaços”.

João Victor de Paiva, 25 anos, também incentiva os 786 mil seguidores a atualizarem o cadastro eleitoral para exercer a cidadania da forma mais adequada e plena. “Você sabia que o Brasil tem mais de 1,4 milhão de pessoas com deficiência registradas como eleitores? E todas elas têm direito de votar com acessibilidade. A Justiça Eleitoral quer garantir que ninguém fique de fora da democracia. Mas, para isso, precisa de sua ajuda”, informa o influencer no perfil do Instagram.

Ele tem síndrome de Down, tirou o título em novembro de 2016 e votou em todos os pleitos desde 2018. João Victor acompanha o cenário político e vota de acordo com a concepção que tem. Nunca enfrentou barreiras de acesso em nenhuma seção eleitoral. “Todas as pessoas podem votar. Eu tenho esse direito e todos têm também”, diz.

Campanha e garantia de acessibilidade

“Votar é meu direito. Garantir meu acesso ao voto é dever da Justiça Eleitoral” é o slogan da campanha, lançada pelo TSE em 30 de setembro. Assim, o eleitorado com deficiência ou mobilidade reduzida pode solicitar, antecipadamente, transferência de seção eleitoral para uma com acessibilidade que atenda melhor às suas necessidades, como uma instalada em local com rampas ou elevadores. 

O pedido pode ser feito até 151 dias antes das eleições pelo Autoatendimento Eleitoral, no site do TSE e dos tribunais regionais eleitorais (TREs), ou no cartório eleitoral. Pelo Autoatendimento Eleitoral, basta acessar o campo “Título Eleitoral” e, em seguida, clicar na opção “4. Informe seus dados complementares”. Além de indicar a deficiência, é possível cadastrar a identidade de gênero, a raça ou a cor e comunicar se pertence a comunidades quilombolas ou indígenas.    

Para acessar o serviço, é preciso informar o número do título de eleitor ou do CPF, a data de nascimento, o nome da mãe e do pai. O tipo de deficiência e qualquer condição – que, por dificultar ou impedir o exercício do voto, deva ser considerada nas políticas de governança eleitoral para promover a ampliação do exercício da cidadania – podem ser informados por meio da autodeclaração, ou seja, não é preciso anexar nenhum documento que comprove a situação.  

A informação dada pela eleitora ou pelo eleitor de maneira antecipada permite um planejamento cada vez mais apurado da Justiça Eleitoral na preparação das eleições. Também facilita a vida da própria pessoa, porque poderá votar em uma seção eleitoral com recursos de acessibilidade, se assim desejar.

Números

Dados de outubro de 2025 apontam para 1.661.781 eleitores ou eleitoras com deficiência, sendo 533.331 deles com deficiência de locomoção, 265.384 com deficiência visual, 153.728 com deficiência auditiva e 62.714 com dificuldade para o exercício do voto.

Página na internet

Para reforçar a campanha, o TSE lançou a  Página da Acessibilidade no Portal do Tribunal, que contém informações para que as pessoas – principalmente as com deficiência e mobilidade reduzida – possam exercer seu papel na democracia com autonomia, segurança e dignidade.

O objetivo da página é incentivar eleitoras e eleitores com deficiência ou mobilidade reduzida a informar a condição nos sites da Justiça Eleitoral ou diretamente nos cartórios eleitorais. Dessa forma, nas Eleições Gerais de 2026, a JE poderá direcioná-los para locais de votação mais acessíveis e adequados às suas necessidades, para garantir o pleno exercício da cidadania.    

Recursos na urna eletrônica

A página lista os recursos de acessibilidade existentes nas urnas eletrônicas. Cada equipamento tem teclado numérico grande, com sequenciamento de números, igual ao utilizado nos telefones, e teclas com sensibilidade tátil (braile) e audível (clique). A urna dispõe também de saída de áudio para fone de ouvido, cadastro de nome fonético das candidaturas, sintetizador de voz para leitura das teclas digitadas e dos nomes de candidaturas, vices e suplentes, bem como a apresentação de intérprete na Língua Brasileira de Sinais (Libras) na tela para indicar os cargos em votação.   

Além do atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, com idade igual ou superior a 60 anos, gestantes, lactantes e àquelas com crianças de colo, a Justiça Eleitoral dispõe de diversos  procedimentos para garantir acessibilidade no local de votação.

GR/EM/MM