Dia Internacional das Línguas de Sinais: Justiça Eleitoral facilita acesso de deficientes auditivos ao voto
Celebrada em 23 de setembro, a data reforça comunicação inclusiva e participação plena de pessoas surdas na democracia

Comemorado nesta terça-feira (23 de setembro), o Dia Internacional das Línguas de Sinais ressalta a relevância com que a Justiça Eleitoral trata a inclusão e a acessibilidade das pessoas surdas, ou com alguma deficiência auditiva, ao processo eleitoral e ao direito de voto. A data é celebrada um pouco após o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, que ocorreu no domingo (21).
Nas Eleições Gerais de 2022, as urnas eletrônicas contaram com um programa em que há um recurso de intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais), no canto direito das telas. A ferramenta melhora a compreensão do eleitorado com deficiência auditiva no instante de escolher seus representantes na urna eletrônica.
Transmissões inclusivas
Outro ponto importante: a acessibilidade assegurada pela Justiça Eleitoral para as pessoas com deficiência auditiva vai além do dia da eleição. As sessões plenárias, solenidades e eventos transmitidos ao vivo pelo canal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no YouTube contam com intérpretes de Libras. Além disso, todos os vídeos das campanhas, publicados nos perfis do TSE nas redes sociais, incluem tradução para Libras.
Acessibilidade digital
O portal do TSE segue as Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web (WCAG), padrão internacional para navegação inclusiva. Entre os recursos disponíveis estão descrição de formulários, teclas de atalho e opção de salto de conteúdo. O site oferece, ainda, o zoom do navegador para facilitar a leitura de pessoas com deficiência visual.
Rybená
A ferramenta Rybená complementa essas iniciativas, traduzindo textos do português para Libras e voz. O primeiro recurso auxilia pessoas surdas e o segundo pessoas com deficiência visual ou intelectual, idosos, disléxicos e outros usuários com dificuldade de leitura.
Mais recursos da urna
Além de garantir a acessibilidade de pessoas surdas, a Justiça Eleitoral atualizou o sintetizador de voz da urna eletrônica, que agora é mais natural. A partir das Eleições Municipais de 2024, a voz sintetizada Letícia passou a auxiliar eleitoras e eleitores cegos ou com baixa visão no momento do voto.
A voz pertence à atriz e cantora de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, Sara Bentes, que nasceu com deficiência visual. O processo de integração foi realizado por meio do RHVoice, um software livre criado por programadores cegos que converte o texto em fala e funciona como uma espécie de ‘banco de vozes’ público.
Outras medidas desenvolvidas pela Justiça Eleitoral para garantir a inclusão e o pleno acesso das pessoas com algum tipo de deficiência ou com mobilidade reduzida ao processo eleitoral são: urnas eletrônicas com teclas em Braille; recurso de voz; locais de votação acessíveis; capacitação de mesárias e mesários para atender às necessidades de cada eleitora ou eleitor; e transferência temporária para uma seção adaptada de eleitora ou eleitor que precisar; entre outros itens.
Eleitorado com deficiência
De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mais de 1,4 milhão de pessoas com deficiência estavam aptas a votar nas Eleições Municipais de 2024, com destaque para o eleitorado com dificuldade de locomoção e deficiência visual.
No ano passado, somando 1º e 2º turno, 7.944 mesárias e mesários, que se declararam com algum tipo de deficiência participaram das eleições. Já em 2020, foram 3.381 participantes com condições semelhantes, representando aumento de 135% em quatro anos.
AN/EM