II Prêmio Nacional de Jornalismo do Judiciário reafirma o papel da imprensa na garantia da democracia

Reportagens premiadas destacaram temas relativos a direitos humanos, cidadania e tecnologia. Cerimônia de entrega ocorreu nesta quarta (10), no STF

Foto: Luiz Roberto/TSE- II Prêmio nacional de jornalismo do judiciário 10.09.2025

Os vencedores do II Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário – Direitos Humanos, Cidadania e Tecnologia foram conhecidos nesta quarta-feira (10). Em cerimônia realizada no Salão Branco do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF), a premiação foi marcada por discursos que destacaram a importância da imprensa tradicional na divulgação de informação verídica, precisa e de qualidade, bem como para assegurar o respeito aos direitos humanos e à democracia. 

Ao abrir o evento, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, fez uma reflexão sobre o relevante papel do jornalismo tradicional na atualidade. Segundo ele, a imprensa crítica, que presta atenção no exercício do poder, que difunde os malfeitos, inibe as pessoas de cometerem malfeitos, corrige eventuais equívocos que tenha cometido, ouve os dois lados e distingue adequadamente fato de opiniões é a imprensa de que o Brasil e o mundo precisam. 

Entretanto, de acordo com o ministro, as plataformas digitais, as redes sociais e os aplicativos de mensagens impactaram, de forma muito profunda, a comunicação social e a comunicação interpessoal no mundo inteiro. “Antigamente, o acesso à informação e ao espaço público dependia dos veículos tradicionais, que faziam um filtro mínimo de veracidade e qualidade ao que chegava. A ascensão da internet democratizou o conhecimento, mas sem o filtro editorial. Democratizou-se o acesso, mas abriram-se as avenidas para a desinformação, os discursos de ódio e as teorias da conspiração”, observou Barroso.  

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Tecnologia como aliada do jornalismo 

A ministra Maria Elizabeth Rocha, presidente do Superior Tribunal Militar (STM), afirmou que a união dos Tribunais Superiores, dos Conselhos de Justiça e das associações de magistrados na organização do II Prêmio representa não só uma contribuição valiosa para aproximar ainda mais o Judiciário da sociedade brasileira: “Representa, sobretudo, o comprometimento da judicatura com o democratismo estatal”. 

De acordo com a ministra, a tecnologia modificou todas as profissões, inclusive o jornalismo, mas nada substitui a criação e a individualidade. “A inteligência artificial pode e – acredito – deve ser uma aliada do jornalismo, mas ela não tem a capacidade de reproduzir aquilo que o repórter vê, ouve e sente quando está em campo na apuração dos fatos. É a democracia, a liberdade de expressão e a plena vigência do Estado Democrático de Direito que sustentam o trabalho da imprensa e permitem que cada cidadão brasileiro conheça o que acontece em todo o país”, ressaltou.  

Imprensa livre, informativa e crítica 

Para o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Aloysio Corrêa da Veiga, um Poder Judiciário altivo e independente e uma imprensa livre, informativa e crítica são fundamentais para a democracia e indissociáveis entre si, pois qualificam o debate social. “A comunicação é um elo vital entre a Justiça e a sociedade. Se é papel do Judiciário garantir direitos, é o jornalismo que deve traduzir esse compromisso em linguagem acessível, concreta e capaz de sensibilizar consciências”, enfatizou Veiga. 

Ele acrescentou que, ao premiar as reportagens, o Poder Judiciário presta uma homenagem ao jornalismo comprometido com o interesse público e com a cidadania, além de valorizar as várias categorias jornalísticas presentes na premiação. 

O Prêmio 

O II Prêmio Nacional de Jornalismo do Poder Judiciário é uma realização conjunta do Supremo Tribunal Federal (STF), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Tribunal Superior do Trabalho (TST), do Superior Tribunal Militar (STM), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho da Justiça Federal (CJF). A iniciativa teve por objetivo incentivar a produção de reportagens que evidenciem o papel do Judiciário na promoção da cidadania, dos direitos humanos e da justiça social. 

Os 241 trabalhos inscritos nesta edição do prêmio foram avaliados com base nos seguintes critérios: conexão com o tema principal, relevância para o Judiciário e a sociedade, qualidade editorial e jornalística, além da criatividade e originalidade na abordagem. 

Os três primeiros colocados em cada categoria dos dois eixos temáticos receberam R$ 5 mil. Os vencedores também foram contemplados com troféus e certificados, e os segundos e terceiros com certificados. 

Confira os premiados: 

Eixo temático 1 – Direitos humanos, cidadania e meio ambiente 

  • Jornalismo escrito 

1º lugar: Gigante pela própria imundice – Portal Metrópoles

Autoria: Isadora Teixeira Rodrigues Nogueira

Coautoria: Igo Estrela

 

2º lugar: Grades Invisíveis – Jornal O Tempo

Autoria principal: Aline Diniz Duarte Oliveira

Coautoria: Tatiana Lagôa

 

3º lugar: Povos isolados da Amazônia prosperam em meio a ameaças ambientais – O Globo

Autoria: Daniel Biasetto

Coautoria: John Reid

 

  • Jornalismo de vídeo

1º lugar: Convenção de Haia – Mães em Luta – GloboNews

Autoria: Jerusa Campani

Coautoria: Bianca Rothier, Aline Araújo, Carlos Jardim, Marcus Cavalcante, Fernando Calixto, Felipe Azevedo, Lucas Cerejo, Fabrício Mota, Felipe Byington, Alexandre Santos, Ana Paula Cavalcante, Claudeny Batista Dos Santos Ian Caldas, Matheus Stone, Rodrigo Trovao, Fabio Farias, Renata Baldi, Marcela Souza, Alessandra Schimite, Jana Peters, Daiana Camara, Cesar Lopes, Stephanie Purwin, Martha Sampaio, Andréa Escobar, Carlos Jardim, Vinícius Menezes, Miguel Athayde

 

2º lugar: SP deixa de ser referência em aborto legal e mulheres viajam a outros estados para ter direito garantido por lei – GloboNews

Autoria: Isabela D’Azevedo Leite

 

3º lugar: Onde a polícia mata mais do que o crime – UOL

Autoria: Luís Henrique Vieira Adorno

Coautoria: Luiza Lobo, Adriano Delgado, Rafael Martins, Gisele Pungan, René Cardillo, Rodrigo Cunha, Leonardo Rodrigues, Daniel Tozzi, Fabrício Venâncio, Olívia Fraga, Diego Assis e Murilo Garavello

 

  • Jornalismo de áudio

1º lugar: Abrigos de recomeços – O Tempo Podcasts

Autoria: Núbya Mara da Silva Oliveira

 

2º lugar: Antivacinas: o limite entre o direito individual e o coletivo – RW+ (Grupo Radioweb)

Autoria: Leno Falk

 

3º lugar: Os planos para um Supremo poderoso – Jota Podcasts

Autoria: Roberto Maltchik

 

  • Fotojornalismo

1º lugar: Amazônia vira líder mundial em emissão de gases de efeito estufa – O Globo

Autoria: Cristiano Mariz

 

2º lugar: Grades invisíveis – Jornal O Tempo

Autoria: Frederico Magno Machado da Silva

 

3º lugar: Serviços garantem proteção e afeto – Jornal A União

Autoria: Carlos Rodrigo de Sousa Silva

Coautoria: Sara Gomes

 

  • Jornalismo regional

1º lugar: Tenentes-coronéis deram ordens para série de assassinatos – Jornal do Commercio (PE)

Autoria: Raphael Guerra Chaves

 

2º lugar: A operação que manteve o TJ no ar – Zero Hora (GHZ) (RS)

Autoria: Fábio Porto Schaffner

 

3º lugar: De Balneário Camboriú a Biguaçu: internações à força limpam as ruas à sombra dos arranha-céus – ND Mais (SC)

Autoria: Gabriela Ferrarez Figueiredo

 

Eixo temático 2 – Inteligência artificial, inclusão digital e desinformação 

  • Jornalismo escrito 

1º lugar: Série de reportagens: Delegado que investiga Bolsonaro relatou ameaça uma semana após indiciá-lo; PF apura exposição em massa de dados pessoais para intimidar delegado; Esquema contra Moraes foi descoberto por CNH, suborno e ameaça de morte; PF: Marcos do Val obstruiu inquérito e corrompeu menor para atacar delegado; Moraes apontou má-fé de representante do X no Brasil para não ser intimada – UOL

Autoria: Mateus Magalhães Cordeiro Coutinho

Coautoria: Letícia Casado e Rafael Neves

 

2º lugar: TSE se arma para a batalha digital nas eleições municipais – Conjur

Autoria: Danilo Vital

 

3º lugar: Barata, intuitiva e perigosa: inteligência artificial desafia eleições com mentiras ultrarrealistas – Zero Hora

Autoria: Gabriel Jacobsen

 

  • Jornalismo de vídeo

1º lugar: Eleições sem filtro – TV Brasil

Autoria: Marieta Cazarré

Coautoria: Carolina Oliveira, Patrícia Araújo, Rogério Verçoza, Manoel Lenaldo, Thyago Pignata, Rafael Calado, Carina Dourado, Caroline Ramos, Alex Sakata

 

2º lugar: Eu quero votar para presidente – os 40 anos das Diretas Já! – TV Brasil

Autoria: Thiago Lourenço Padovan

Coautoria: Acácio Leal de Barros, Ana Graziela Aguiar de Oliveira, Lucas Silva da Cruz, Alexandre Nascimento da Silva, João Marcos Barboza, William Sales Figueiredo, João Batista de Lima, Jone Geraldo Ferreira, Wladimir Roger Ortega, Leonardo Zanon Catto, André Luiz Eustáquio Rocha Soares, Márcio Roberto Stuckert Seixas, Maura Oliveira Martins, Fábio Fernandes De Albuquerque, Caroline Ramos de Moraes Medeiros, Alex Sakata

 

3º lugar: Quem tem medo das câmeras corporais? – UOL

Autoria: Luís Henrique Vieira Adorno

Coautoria: Liel Marín, Clara Rellstab, Raquel Arriola, Luiza Lobo, Adriano Delgado, René Cardillo, Fabrício Venâncio, Ligia Carriel, Diego Assis e Murilo Garavello

 

  • Fotojornalismo 

1º lugar: Consequências – Folha de São Paulo

Autoria: Gabriela Biló

 

2º lugar: Homem explode bomba na Praça dos Três Poderes – O Globo

Autoria: Cristiano Mariz

 

  • Jornalismo regional 

1º lugar: Projeto Eleições 2024 – Ética e Cidadania no Voto – Rádio POP (Fundação Nossa Senhora Aparecida)

Autoria: José Eduardo de Souza

 

2º lugar: A urna eletrônica é segura? A Gazeta explica como ela funciona – A Gazeta

Autoria: Eduarda Lisboa

 

A categoria "Jornalismo de Áudio" não registrou inscrições no Eixo Temático 2. 

Comissões julgadoras

Duas comissões julgadoras, formadas por representantes da imprensa, do Judiciário e da academia, avaliaram os trabalhos.

No Eixo Temático 1, participaram a presidente do Superior Tribunal Militar, ministra Maria Elizabeth Rocha; o secretário-geral do STJ, Carl Smith; o secretário judicial da Presidência do STJ, Fernando Gajardoni; o ministro do TST, Douglas Alencar Rodrigues; o presidente da Ajufe, Caio Castagine Marinho; o secretário-geral do CJF, Erivaldo Ribeiro dos Santos; o presidente da Anamatra, Valter Souza Pugliesi; a professora da UnB, Thais de Mendonça Jorge; e a jornalista Basília Rodrigues.

No Eixo Temático 2, os jurados foram o presidente do STF e do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso; a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia; a conselheira Daiane Nogueira de Lira, presidente da Comissão Permanente de Comunicação do Judiciário; o presidente da AMB, Frederico Mendes Júnior; o presidente da OAB, Beto Simonetti; a jornalista e doutora em Ciência Política Grazielle Albuquerque; e o jornalista Rodrigo Haidar.

Saiba mais na página do II Prêmio.

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