Em Belém (PA), Fórum VerDemocracia incentiva a preservação do meio ambiente e a diversidade cultural
Plantio de árvores nativas e valorização da cultura local estão entre as atrações do evento, realizado pelo TSE em parceria com o TRE-PA

Plantar sementes para colher futuros. A frase, dita pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, na manhã desta terça-feira (16), durante plantio de mudas de espécies nativas no Parque Urbano Porto Futuro, em Belém (PA), alinha-se a um dos princípios do Fórum Nacional VerDemocracia: a preocupação com as futuras gerações. O evento, uma parceria entre o TSE e o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), começou nesta segunda (15) e se estende até amanhã (17), no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, na capital paraense.
“Uma democracia sustentável só acontecerá se a humanidade preservar as suas condições de vida como parte integrante da natureza, e não adversária”, afirmou a ministra. Segundo ela, é urgente combater a devastação e a erosão planetária para que a população viva com equilíbrio e saúde, conforme estabelece a Constituição Federal. “O futuro será seguramente muito mais próspero e afetuoso se nós tivermos espaços de melhoria de vida e de condições de saúde física e mental. É isso que o meio ambiente nos proporciona no coração da Amazônia”, ressaltou.
A ação sustentável, realizada na manhã de hoje, visa à redução da emissão de gases de efeito estufa e a compensação de carbono gerado pelas atividades do TSE e dos 27 tribunais regionais eleitorais (TREs) em todo o Brasil. Ao todo, foram plantadas 37 mudas de espécies nativas como pau-preto, ipê rosa, ipê amarelo, açaizeiro, tento-carolina e namorana. O plantio contou com a participação dos presidentes de todos os regionais. A ministra Cármen Lúcia plantou uma muda de açaí.
Presente na atividade, o diretor da Escola Judiciária Eleitoral do TSE (EJE/TSE), ministro Cristiano Zanin, afirmou que a iniciativa mostra o apreço à sustentabilidade em conexão direta com a democracia. “Esse ato tem um simbolismo importante de incentivo para que as próximas gerações possam continuar com apreço à democracia e tudo aquilo que desejamos de bom ao nosso país”, disse, ao plantar uma muda da espécie lanterneira.
Futuro sustentável
“Ao plantar uma árvore, cada TRE contribui para um legado de responsabilidade, união e cuidado com o planeta, um marco para uma Amazônia mais viva e um Brasil mais consciente”, declarou o presidente do TRE do Pará, desembargador José Maria Teixeira do Rosário, anfitrião do evento. De acordo com o magistrado, a Justiça Eleitoral reafirma o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a promoção de práticas institucionais conscientes em prol das futuras gerações.
Ações culturais
Ações voltadas à preservação e conscientização do meio ambiente integram a programação do Fórum Nacional VerDemocracia. Além disso, quem visitou o espaço do evento se deparou com a valorização das raízes locais, da natureza, dos saberes indígenas e do empoderamento feminino.
Na noite desta segunda (15), o carimbó ecoou pelos pavilhões da Estação das Docas. Símbolo de força, luta e beleza, a música ancestral do grupo “Suraras do Tapajós”, formado exclusivamente por mulheres indígenas de Alter do Chão (PA), levou ao palco do Fórum um misto de dança e canto declamado em português e nheengatu – língua típica da região amazônica.
Para a presidente da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, Val Munduruku, a arte e a cultura indígenas se manifestam como forma de resistência. “A nossa luta vem dessa base. Por isso, participar de um evento sobre democracia, que defende a natureza e o meio ambiente, é colocar as nossas vozes em evidência”, afirma.
O direito de votar
Já a exposição “Ver o Voto” aproximou o público presente do Brasil que vota. Por meio de 56 fotografias, revelam-se os diferentes caminhos percorridos por cada um dos 27 TREs para garantir o acesso da população ao voto.
A mostra destaca que a urna eletrônica que vai de barco também atravessa pontilhões de madeira ou cruza estradas tomadas por barro e lodo para chegar até o eleitor. Se o direito ao voto supera enchentes, também cruza o sertão árido. Votam mulheres e homens, jovens e idosos, pessoas com deficiência ou não das grandes e médias cidades, mas também indígenas e quilombolas de regiões remotas do país.
“É muito representativo e gratificante. As imagens mostram os desafios da Justiça Eleitoral para conseguir levar a democracia e o voto ao cidadão”, ressalta a diretora-geral do TRE do Amapá, Dilma Pimenta.
Artesanato local
No local, também é possível apreciar cerâmicas de barro e cuias de pitica pintadas à mão e usadas para o consumo de tacacá, bem como adquirir produtos do Mercado Ver o Peso, como óleos, essências e sabonetes feitos à base de ervas artesanais.
Natural de Oriximiná, município do oeste do Pará, o indígena Rodrigo Nascimento trabalha com a esposa na confecção e venda de pulseiras, brincos e colares feitos com sementes de morototó, caroço de açaí e coco, entre outros. “O artesanato é extraído diretamente da floresta e dá uma energia muito forte pra gente”, explica o indígena, da etnia Uai Uai.
Para ele, o Fórum é uma oportunidade de apresentar a cultura indígena àqueles que ainda não a conhecem. “A democracia é parte da nossa luta pela preservação do meio ambiente”, completa.
Acompanhe os debates, ao vivo, na playlist específica no canal do TSE no YouTube.
Confira a programação do Fórum Nacional VerDemocracia.
DV/LC /DB
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